Toda semana lançam uma câmera nova. Sensor isso, megapixels aquilo. E segue o compra compra. O furor consumista não é novidade do meio fotográfico (que, aliás, é sempre reinventado, sempre mil lançamentos no mercado inquieto). O pretexto atual : a evolução veloz da informática em todas as áreas, do algoritmo que transforma milho em sucrilhos perfeitos a carros carregados de transístores inteligentes (embora a utilizar combustível fóssil, um paradoxo do discernimento de nossos tempos). No caso da fotografia, a explosão da projeção na internet.
As câmeras hoje reconhecem rostos, fazem foto em infravermelho, montagens panorâmicas, fotografam diretamente em 3D. Estão cada dia mais simples de manusear, leves e ergonômicas. Trazem lentes potentes, que pegam da família + avós e agregados até as asas caleidoscópicas da libélula. Células de iluminação satisfatórias, imagens claras com bons flashs. Sem falar nos telefones móveis com opções de edição em softwares específicos com dezenas de filtros, compartilhamento instantâneo na rede mundial. Tudo no próprio aparelho. Muita tecnologia, beirando magia, dentro de nossos bolsos.
Hoje temos as mesmas questões de sempre só que tão bem misturadas em outros contextos que parecem alienígenas e pedem “outras” respostas.
Desde que descemos das árvores e descobrimos a capacidade de tornar abstração em prática não há nada de novo debaixo do Sol (talvez armas nucleares que podem extinguir a humanidade sejam uma verdadeira inovação).
E as respostas já estão aí. Só que muita gente ainda não ouviu, talvez deslumbradas com esse “admirável” mundo novo que querem nos vender a todo instante.
A fotografia tem seus pilares fundamentais, tanto de temas (família, retrato, natureza, reportagem, etc) quanto de verdades físico-mecânicas. Tudo muda mas os preceitos primordiais são os mesmos: uma caixa que guarda seu interior da luz. E seus ajustes de entrada de luz (ou f-stop ou diafragma), tempo de exposição à luz (velocidade) e quantidade necessária dessa luz (ASA ou ISO ou sensibilidade). E só.
Se passarmos a entender essa essência nossas fotografias farão um salto do carvão ao diamante. É dentro desses três elementos simples (diafragma, exposição e sensibilidade) que trabalharemos quaisquer assuntos. Do aniversário infantil na casa do vizinho ou as Paralimpíadas na China.
É da interação desses três fatores que recortaremos fragmentos da existência, congelaremos a vida, reconstituiremos a realidade sob nossos olhos.
E tudo o mais que eles querem agregar valor ao camaro... ups! Agregar valor às novas câmeras se tornará secundário porque o fundamental já está dentro de nós.
domingo, 17 de novembro de 2013
Novas Câmeras, Princípios de Sempre
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