quarta-feira, 9 de abril de 2014

Wendel é um Hunter Thompson do cerrado. Só que não escreve. Fotografa. Hoje fotografa. Antes fazia torta alemã, vendia seguros, foi atendente em hotel, fez faculdade de administração e defendeu que o empreendedorismo pode ser ensinado. Entregou a monografia em 15 dias.

Wendel correu 50 quilômetros de bicicleta antes de nos encontrar. É apaixonado por ciclismo e planeja pedalar os 700km da canela da Itália. Sem falar qualquer língua além do brasiliense. A história sobre duas rodas não é só curtição: foi atropelado por uma van, se fudeu todo. E seguiu em frente. Cobriu parte das cicatrizes com tatuagens.

Wendel não tem cabelo. Usa óculos de grau forte e tem orelhas alienígenas, pontudas. Não tem freio, está sempre a 200 por hora, acelerado. Comeu Nutela com biscoitos de champanhe, cortou o mato em volta da bananeira filhote que plantou da outra vez. Fumou três cigarros. Descascou cana, dividiu comigo.

Wendel folga às sextas e segundas. Tem ajudado na construção do estúdio do Igor Estrela e feito parceria no "Relicário de Memórias", projeto comercial de casamento & fotografia com a Lia de Paula. Ela fez fotos nossas, aproveitou os raios dourados do final do dia.

Wendel quer comprar um contêiner pra fazer uma casa bacana e botar pra alugar, lá no Alto Paraíso. 500 reais o final de semana.

Wendel quer largar tudo e fotografar surf e viver na praia.




Entrada 46, mais ou menos uma da manhã
do dia 21 de outubro do ano de dois mil e
treze da graça do Senhor. Horário de verão.

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